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Saiba como proteger sua obra de descargas atmosféricas

Cerca de 60 milhões de descargas atmosféricas atingem o Brasil todos os

anos. Esses raios podem causar danos importantes nos prédios.

 É por isso que a legislação exige que todos os edifícios tenham Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA). Saiba mais.

De acordo com a norma ABNT NBR 5419:2005, descargas atmosféricas são

descargas elétricas de origem atmosférica entre uma nuvem e a terra ou entre

nuvens, consistindo em um ou mais impulsos de vários quiloampères.

Os Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA) buscam fazer com que essas descargas sejam levadas por dentro ou por fora dos

edifícios até o solo, protegendo a estrutura dos prédios e seus habitantes.

Embora o SPDA não proteja totalmente os prédios contra os raios, ele diminui

consideravelmente a chance de danos e acidentes.

Riscos da ausência de SPDA


Edifícios sem Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (ou com

sistemas instalados incorretamente) estão expostos a vários riscos.

Os problemas mais comuns envolvem os raios percorrerem as instalações

elétricas, atingindo algum morador; queima de aparelhos eletrônicos; e danos à

estrutura do prédio, inclusive em áreas de concreto, como fachadas e laje.

Para se proteger desses problemas, as obras devem seguir as orientações da

NBR 5419:2005. 

Outras normas sobre o tema que devem ser observadas por engenheiros e arquitetos são a 13571:1996, 5410:2004 e a 6323:2007, dentre outras.

Desafios de implementar sistemas contra descargas atmosféricas

Um dos desafios de lidar com descargas atmosféricas é a impossibilidade de

medir, com exatidão, as condições de impedância reativa dos Sistemas de

Proteção Contra Descargas Atmosféricas, bem como sua resistência e as

condições de campo elétrico nos condutores e no solo sob a edificação.

Também é praticamente impossível determinar o estado de ionização das

partículas em todos os caminhos possíveis para a dissipação da corrente para

o solo.

Histórico de fugas do sistema devem ser avaliados


Essas dificuldades, entretanto, não devem ser consideradas impedimentos

para a implantação dos sistemas de proteção, já que é possível avaliar o

comportamento da descarga com uma simples análise do histórico de

descargas elétricas.


Em outras palavras, o sistema será mais eficiente se os projetistas observarem

casos em que a corrente não seguiu o percurso do SPDA, preferindo

atravessar a alvenaria seca da edificação e causando danos.

Ao sair dos condutores externos ou internos, a corrente elétrica atravessa

mármores, concreto, tijolos e granitos, provocando explosões. 

Assim, caso haja marcas dessas explosões, devem ser avaliadas as características dos objetos atendidos, de modo a fazer ajustes em suas composições.

Sistemas podem absorver descargas com grande margem de segurança

A NBR 5419/2005 oferece algumas alternativas para evitar prejuízos com os

raios. De acordo com a norma, armaduras de aço interligadas das estruturas

de concreto armado podem ser consideradas condutores de descida naturais.

Para isso, metade dos cruzamentos de barras da armadura devem estar

fortemente amarradas com arame de aço torcido.

Além disso, as barras na região de trespasse devem ter comprimento de

sobreposição de pelo menos 20 diâmetros. Elas devem ser amarradas,

soldadas ou interligadas com arame de aço torcido.

Dessa forma, se um prédio contém quatro pilares de descida, e se cada pilar

contém quatro barras, então há 16 possíveis descidas para a corrente

atmosférica. Dessas, 8 devem ser utilizadas como SPDA.

Se cada barra receber uma descarga de 35 KA, então o sistema conseguiria

dissipar para o solo pelo menos 280 KA.

Como cerca de 95% das descargas atmosféricas são inferiores a 90 KA, o

sistema de proteção teria uma folga de capacidade de dispersão superior a

300%, protegendo o concreto contra a corrente elétrica.

Há estudos que indicam valores mais elevados de correntes em descargas

atmosféricas, com medidas que chegam a 250 KA, mas essas manifestações

são extremamente raras.

De acordo com o estudo “Conférence Internationale des Grands Réseaux Electriques à haute tension”, apenas 0,38% das correntes chegam a essa intensidade.

Ainda assim, o sistema com oito barras seria capaz de suportar essa carga

intensa com folga.

As descargas atmosféricas são grandes ameaças às estruturas das edificações

e aos seus habitantes, e são imprevisíveis. 

Felizmente, para proteger propriedades e pessoas desses raios, existem os sistemas de proteção indicados pela NBR 5419:2005.

Caso o prédio seja atingido por descargas atmosféricas, o sistema de proteção

deve ser revisado, bem como a estrutura da edificação, para análise de danos

e manutenção.

Para saber mais sobre os efeitos das descargas atmosféricas no concreto,

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