Retrocomissionamento de edifícios: entenda o que é e quando fazer
Altos custos de manutenção e contas de energia e água mais caros a cada mês. Esses são alguns dos problemas comuns aos edifícios residenciais e comerciais antigos. Mas esse problema tem solução: o retrocomissionamento de edifícios. Saiba mais sobre essa tendência da construção civil.
Para entender o que é retrocomissionamento, primeiro é preciso entender a origem desse processo: o comissionamento inicial. Comissionamento é um procedimento realizado em novos edifícios para garantir o desempenho das construções.
Por meio do comissionamento as construtoras e incorporadoras podem atestar que os projetos relacionados ao uso de energia e água, por exemplo, foram instalados, testados, calibrados e serão operados corretamente.
Além disso, o comissionamento documenta que todos os Requisitos do Proprietário para o Empreendimento (OPR), bem como os projetos executivos, foram atendidos.
O processo de comissionamento leva em consideração critérios como o tamanho dos equipamentos, a instalação, a calibragem para uma performance excelente e ajustes para que tudo funcione de forma a atender a demanda dos prédios nos diferentes horários de funcionamento e níveis de ocupação.
Estima-se que prédios novos que não passam por um comissionamento antes da entrega aos proprietários consomem 37% mais recursos que os prédios comissionados.
Quando o comissionamento é obrigatório?
O comissionamento dos edifícios é obrigatório para empreendimentos que desejam obter a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Essa certificação garante que o prédio foi planejado e operado seguindo critérios de sustentabilidade.
Para obter o LEED é obrigatório o comissionamento dos sistemas de ventilação, ar condicionado, aquecimento, instalações elétricas, motores, iluminação natural e artificial, refrigeração, água quente de uso doméstico e sistemas de energia renovável (como placas fotovoltaicas), se houver.
Mas, para além da certificação LEED, o comissionamento é recomendado quando novos sistemas são instalados no edifício, em substituição a equipamentos antigos, ou quando há mudanças estruturais significativas.
É importante ressaltar que existem várias atividades envolvidas em um comissionamento. A escolha do serviço ideal deve ser orientada pelos ganhos percebidos após a realização do processo.
Alguns exemplos de atividades são comissionamento de serviços de gerenciamento de instalações, especificação e seleção de sistema de gerenciamento de manutenção computadorizado (CMMS) e abordagem documentada de inicialização, dentre outros.
Retrocomissionamento de edifícios
Agora que já sabemos o que é o comissionamento, chegou a hora de falarmos sobre o retrocomissionamento dos edifícios. O retrocomissionamento é simplesmente o comissionamento de edifícios antigos, que já estão em uso.
Por meio do retrocomissionamento é possível identificar e implementar melhorias operacionais, a fim de garantir o bom funcionamento do prédio com o passar dos anos.
O primeiro passo do retrocomissionamento é a realização de uma auditoria para entender em quais processos os proprietários do edifício desejam reduzir custos. O retrocomissionamento envolve três fases: planejamento, investigação e implementação.
Durante a investigação podem ser usados equipamentos de medição para identificar como os sistemas do prédio estão operando e qual é a sua performance ideal para o máximo de desempenho com custo mínimo.
Para saber se seu edifício precisa de retrocomissionamento, faça um pequeno estudo sobre a performance dos sistemas. Algumas perguntas que precisam ser respondidas são: há problemas com o conforto dos ocupantes? Os custos de manutenção estão aumentando com frequência?
Cheque ainda se os equipamentos estão sobrecarregados e se a equipe de manutenção já indicou aos gestores a substituição de equipamentos ultrapassados. Em caso positivo, o edifício precisa de retrocomissionamento.
Vantagens do retrocomissionamento
O retrocomissionamento traz várias vantagens aos edifícios. Um dos mais importantes é a redução no consumo de água e energia elétrica. Há ainda a correção de falhas anteriormente negligenciadas e a adequação às normas de padronização vigentes.
Outro benefício é a melhora na eficiência e confiabilidade dos equipamentos de construção e, consequentemente, a redução nos custos de manutenção.
Por meio de retrocomissionamento os gestores do edifício podem identificar oportunidades de melhorias que podem ser implementadas a baixo custo. Além disso, nem sempre é necessária a troca de equipamentos.
Pequenos ajustes ou investimentos moderados podem aumentar a vida útil de equipamentos que pareciam condenados.
Com todas essas vantagens, é fácil entender por que o retrocomissionamento de edifícios, tão comum nos países desenvolvidos, está ganhando força também no Brasil. Gostou do artigo? Para ficar por dentro dessa e de outras tendências da construção civil, siga-nos no Facebook.
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