Edifícios ZEB: construção sustentável com autonomia energética
Você ainda acha que a demanda por construção sustentável é uma discussão incipiente? Pois então se prepare para uma surpresa: a partir de 2020, todos os novos prédios construídos na Europa precisam ser “Zero Energy Building” (ZEB). Saiba mais sobre o futuro da construção civil.
Edifícios Zero Energy Builduing (ZEB), ou “edifício zero energia”, em tradução livre, são prédios residenciais ou comerciais com consumo zero de energia.
É claro que os moradores ou trabalhadores do prédio continuarão a utilizar energia elétrica. A diferença é que os ZEB utilizam energia produzida pelo próprio prédio (on-site) ou adquiridas de outras fontes de energia renováveis (off-site).
Os edifícios podem gerar energia por meio de painéis fotovoltaicos, geradores eólicos e geotérmicos, usinas de biomassa, dentre outras opções. E não são apenas os prédios novos que precisam se adequar à nova legislação.
Até mesmo edifícios mais antigos estão passando por adaptações. A partir de 2019, todos os prédios governamentais da União Europeia precisarão se tornar Zero Energy Building.
Benefícios dos Zero Energy Building (ZEB)
Os ZEB trazem diversas vantagens para seus moradores e para as cidades em que são construídas. Para obter a autossuficiência energética, esses edifícios contam com diversos sistemas que buscam reduzir o consumo de energia.
Com isso, os moradores têm melhor qualidade de vida, já que conseguem aproveitar melhor a luz natural, o calor do sol ou mesmo a refrigeração natural e a sombra proporcionadas por florestas verticais, por exemplo.
Outra vantagem é a economia de recursos naturais. Edifícios de energia zero diminuem a demanda da rede elétrica. Consequentemente, diminuem a necessidade de investimentos em fontes de energia de alto impacto, como hidrelétricas, termoelétricas ou energia nuclear.
Há ainda os ganhos financeiros. Embora atualmente os custos de implantação de edifícios “zero energia” sejam mais altos que o dos edifícios tradicionais, os prédios passam a valer muito mais no longo prazo.
Além disso, como são autossuficientes, os edifícios não ficam expostos às variações nas tarifas de energia.
Iniciativas de construção sustentável ao redor do mundo
Embora a União Europeia exija que as construções sejam “zero energia” apenas a partir de 2020, já existem diversas iniciativas ao redor do mundo de prédios autossustentáveis.
1. Cidade sustentável em Dubai
Um dos maiores exemplos de iniciativa ZEB é a “Cidade Sustentável”, de Dubai. Trata-se de uma área de 46 hectares, que conta com cerca de 600 casas, escritórios, lojas, mercados e unidades de saúde.
A cidade produz toda a energia que consome, graças a iniciativas de redução de consumo e, principalmente, a milhares de placas fotovoltaicas espalhadas pela região, que produzem cerca de 10 MW de energia, suficientes para atender aos quase três mil moradores da comunidade.
Os painéis fotovoltaicos ficam em cima de grandes áreas de estacionamento nas entradas da cidade e sobre todas as casas e edifícios.
2. Edifício governamental na Índia
Outra iniciativa importante vem da Índia, mais especificamente da cidade de Nova Délhi. Um prédio de escritórios do Ministério do Meio Ambiente da Índia foi inaugurado em 2014 e é 100% autossustentável energeticamente.
Toda a demanda de energia do edifício é atendida por uma usina de energia solar que fica no topo do prédio, com capacidade de 930 kW. Tecnologias inovadoras e uma arquitetura diferenciada também foram utilizados para garantir economia de energia.
O edifício possui um sistema de ventilação altamente eficiente. O prédio é dividido em blocos com corredores conectados e um grande jardim central, que facilitam a circulação do vento.
O design do edifício permite o uso de 75% da luz natural, reduzindo a necessidade de manter lâmpadas acesas. Além disso, o sistema de ar condicionado inovador reduz em 40% o consumo de energia do prédio.
3. Universidade em Singapura
Por fim, outro exemplo de edifício “zero energia” vem de Singapura. O prédio de aulas da BCA Academy passou por uma reforma e se tornou o primeiro ZEB do país.
A reforma incluiu o redesenho da fachada e do teto para reduzir o consumo de energia em até 50%. A demanda do edifício é atendida por painéis solares instalados no topo do edifício. Os painéis ocupam área de 1.540 m² e produzem 207 mil kW de eletricidade por ano.
Como se pode ver, edifícios 100% autossustentáveis parecem coisa de ficção científica, mas já são realidade em várias partes do mundo. Na Europa, passarão a ser o novo padrão da construção civil já a partir de 2020.
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